Comércio com o exterior favorável às contas do país no I trimestre

A conta corrente do país voltou a registar, no I trimestre deste ano, um saldo superavitário, avaliado em 4 715,4 milhões de dólares norte-americanos, equivalente a 18,1 por cento do PIB (Produto Interno Bruto).

De acordo com o Banco Nacional de Angola (BNA), a evolução positiva da conta corrente é justificada, essencialmente, pelo aumento dos excedentes da conta de bens, pese embora o agravamento do défice das contas de rendimentos primários e secundários.

O saldo da conta de bens passou de 6 878,2 milhões de dólares norte-americanos no quarto trimestre de 2021 para 8 910,6 milhões de dólares norte-americanos no período em referência, um aumento considerável justificado pela recuperação do preço médio dos principais bens (matérias-primas) exportados por Angola, nomeadamente, petróleo bruto, gás e diamantes.

Aumento da receita

As receitas de exportação aumentaram em 2 538,8 milhões de dólares norte-americanos, ao situarem-se em 12 562,2 milhões de dólares norte-americanos, contra 10 023,5 milhões de dólares norte-americanos do trimestre anterior, fortemente impulsionado pelo sector petrolífero.

O preço médio de petróleo bruto (ramas angolanas) registou um crescimento de 30,1 por cento. Não obstante, a ligeira redução do volume exportado de petróleo bruto, o aumento do preço revelou-se suficiente para expandir as exportações.

A carteira de exportações do sector não petrolífero  continua a apresentar um peso residual, e muito dependente do sector diamantífero, cujas exportações aumentaram de 396,3 milhões de dólares norte-americanos para 479,1 milhões de dólares norte-americanos.

As exportações dos restantes produtos (café, pescado, madeira, cimento, bebidas e outros), que representaram apenas 0,4 por cento do valor total, contraíram em 0,3 por cento, ao situar-se em 51,7 milhões de dólares norte-americanos, contra 51,9 milhões de dólares norte-americanos do período anterior.

Importações

O valor das importações de bens no primeiro trimestre cifrou-se em 3 651,6 milhões de dólares norte-americanos, contra 3 145,3 milhões de dólares norte-americanos do trimestre antecedente, representando um incremento de 16,1 por cento. O crescimento das importações foi observado em grande parte das categorias de produtos, com realce para os produtos químicos (207,7 milhões de dólares norte-americanos), os combustíveis (114,9 milhões de dólares norte-americanos), as máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos (88,2 milhões de dólares norte-americanos) e os materiais de construção (72,0 milhões de dólares norte-americanos).


Reservas Internacionais fixadas em 15,6 mil milhões de dólares

As Reservas Internacionais Brutas do país estão fixadas, no arranque da última semana do oitavo mês do ano, em 15,6 mil milhões de dólares, capazes de suportar 8,5 meses de importações consecutivas.

O referido quadro sinaliza ainda clara estabilidade do sistema monetário e cambial, considerando o patamar de conver-

gência determinado pela Região Austral, que é de os países apresentarem reservas internacionais capazes de suportar até seis (6) meses de importação em casos de acentuada crise.

A 20 deste mês, por exemplo, as Reservas Internacionais eram de 14,8 mil milhões de dólares, representando uma capacidade de importar durante 8,1 meses.

Como defendido por especialistas, as reservas angolanas continuam a ser favorecidas pelo preço do petróleo no mercado internacional, este que é o maior produto de exportação que o país está a negociar, nos últimos meses, em patamares imprevistos. Ou seja, os actuais mais de 100 dólares pelo barril de Brent, referência às exportações de Angola, contrastam com as indicações iniciais que posionavam os preços da commoditie entre 50 e máximo de 65 dólares.

Fonte: JA Online