Percurso do ex-Presidente da República deve ser transmitido às novas gerações

O bispo da Diocese de Menongue, Dom Leopoldo Ndakalako, disse que a juventude angolana deve ler e obter mais conhecimentos sobre o percurso histórico do ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos, no período da luta de libertação nacional e pós independência.

De acordo com o bispo da Diocese de Menongue, o ex-Presidente José Eduardo dos Santos teve uma trajectória invejável como político, militar e diplomata, dentre outras valências, que devem ser estudadas e transmitidas às novas gerações, para preservar o seu legado histórico na conquista da paz, reconciliação e reconstrução nacional.

  Em declarações ao “Jornal de Angola”, Dom Leopoldo Ndakalako manifestou o sentimento de pesar à família e à nação angolana em geral, considerando que José Eduardo dos Santos é um exemplo claro a seguir, porque sempre enfrentou os problemas do país de forma discreta, prudente e eloquente, apesar do contexto político difícil que o país vivia. 

  “Olhando para a figura de José Eduardo dos Santos, a juventude e o povo angolano em geral devem agir com calma, porque se não tivermos a memória histórica do país, poderemos fazer juízos não prudentes, talvez motivados por razões alheias à figura, altura e à estatura do estadista que foi o Presidente José Eduardo dos Santos”, disse. 

  Acrescentou que a nação precisa de recordar da figura de José Eduardo dos Santos como uma pessoa que tão cedo tornou-se Presidente da República, num contexto em que o mundo vivia o período da guerra fria, da invasão da África do Sul e toda uma sequência de violência interna, mas ele esteve sempre firme na defesa da Independência Nacional e da integridade do país sem fugir das suas responsabilidades e nem deixar em mãos alheias o destino do país e do seu povo. 

  “Numa das suas entrevistas José Eduardo dos Santos tinha dito que gostaria de ser lembrado como um bom patriota, e nas circunstâncias em que ele conduziu o país, nós angolanos devemos ter uma memória grata pelos sacrifícios empreendidos e pela sábia maneira em que dirigiu os destinos de Angola até ao momento em que deixou a governação do país” recordou. 

  “Não me recordo de ter ouvido, no período da sua vigência como Presidente da República, pronunciamentos seus que pudessem ofender a sensibilidade de outros ou que incitassem a violência no seio da população, por isso o considero um homem do bem, prudente e sábio”, acrescentou.  

  Tomou decisões sábias 

Por sua vez, o rei de Menongue, Manuel Ndala (Mwene Vunongue VIII), disse que o povo deve lembrar de José Eduardo dos Santos com carinho pela sabedoria, exemplo e  trabalho abnegado que empreendeu para que não houvesse regionalismos, mas sim o caminho da unidade e da reconciliação nacional. 

Apesar de se tornar Presidente da República muito cedo, num momento difícil do país, José Eduardo dos Santos tomou decisões sábias e soube atender as preocupações que as populações enfrentavam. 

  Sublinhou que com a sua sabedoria, amor à pátria, empenho e dedicação, conseguiu a melhor conquista do povo angolano que é a paz efectiva em 2002 e a reconciliação entre os angolanos desavindos.  

  Acrescentou que face às infra-estruturas sociais que foram destruídas durante os 30 anos de conflito armado, o arquitecto da paz transformou o país num verdadeiro canteiro de obras com a construção de estradas, habitação social, caminhos-de-ferro, hospitais, escolas, fogos habitacionais, centrais de fornecimento de energia eléctrica e água potável, entre outros importantes projectos e programas que melhoraram substancialmente as condições de vida da população.

“Infelizmente, agora José Eduardo dos Santos teve que partir, é uma situação dolorosa para todos nós, solidarizamo-nos com a família enlutada e aconselhamos as populações, sobretudo as novas gerações, a seguirem o exemplo e o legado do nosso Presidente”, concluiu.

Fonte: JA