Caminho-de-Ferro de Benguela é um forte activo no aumento do volume de negócios

O Corredor do Lobito, que liga as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, através do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), é um activo importante para o aumento do volume de negócios e fortalecer a classe empresarial da região.

O empresário Agrione Manuel, que destacou as potencialidades económicas desta importante linha ferroviária, afirmou que com a    reabertura deste corredor os custos de transporte de mercadorias, que antes eram feitos por via de camiões, baixaram significativamente.

“É um grande ganho para a nossa economia, o Executivo tem de trabalhar bastante para que o processo de privatização que se prevê traga benefícios que impulsionem a modernização dos serviços e ajude a aumentar a capacidade de negócios para a geração de mais empregos”.

O Caminho-de-Ferro de Benguela vai criar uma cadeia de sistemas de logística que influenciará a qualidade na conservação e transporte das mercadorias para criar negócios comunitários ao longo da via.

Com mais investimento, realçou, o corredor vai permitir a ligação entre os oceanos Atlântico e Índico e tornar Angola, e em particular as províncias deste corredor, numa placa central de exportação de mercadorias para a Ásia e a Europa. 

“Temos a certeza que a classe empresarial será mais diversificada e com mais oportunidades de negócios com empresários da Zâmbia e do Congo Democrático”, frisou.

Mais-valia para a SADC

Para o economista Waite Chipango, o Corredor do Lobito é tão importante para o país quanto para a África Subsaariana, pois não trará apenas benefícios económicos, mas, também, sociais, por meio da comunicação entre os povos.

O CFB tem uma grande extensão, partindo do Lobito até ao Luau, passando por zonas potencialmente agrícolas e piscatórias, o que pode incentivar produtores ao longo da linha a aumentarem a sua capacidade de produção, aproveitando a facilidade para o seu escoamento para os grandes mercados de consumo.

Com a operacionalização internacional do CFB, o país vai   arrecadar mais receitas fruto do transporte de milhares de toneladas de cobre e manganês da RDC e da Zâmbia para o litoral.

 “Há uma forte ligação com o Oceano Índico por via de Moçambique (província da Beira), que é vizinho das Repúblicas da Zâmbia e do Zimbabwe, e nessa ordem de ideia perspectivamos um forte crescimento de produtos a serem operacionalizados através do Porto do Lobito”, disse.

Os empresários e empreendedores deste corredor terão mais oportunidades para expandir os seus negócios e posteriormente  encontrar outras parcerias a nível da Região Austral de África.